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Foto do escritorSérgio Linares Filho

Três coisas que o perito jamais deve fazer

Em qualquer profissão, não importa, sempre existem coisas que não se pode fazer e que, se forem feitas, podem comprometer todo o trabalho. E não diferente na profissão de Perito (Criminal Oficial ou Independente).


1 – Confiar na memória.


Ninguém anota nada aqui?! Que memória...

Eu adoro CSI (todos), mas durante os episódios, todas as vezes que os peritos estão examinando uma cena de crime, observe, não fazem nenhuma anotação. Ora, isso não existe! Além do registro fotográfico e da coleta de vestígios, é importantíssimo anotar, passo a passo, todos os procedimentos e constatações realizadas na cena do crime. Quanto o perito não anota esses detalhes, terá de contar com a memória e, evidente, isso poderá acarretar em sérias dificuldades.

2 – Emitir seu ponto de vista logo após os exames.


Prefira falar através do laudo ou do parecer técnico.

Alguns anos atrás, um amigo, Perito Criminal, atendeu a um caso de repercussão. Havia muitos repórteres nas imediações do local dos exames e, quando ele encerrou as atividades e deixou a cena, eles o cercaram com perguntas e mais perguntas. Meu amigo, sempre simpático, tentava responder, com educação, coisas do tipo: “vou analisar”; “preciso fazer alguns exames” e assim por diante. Contudo, quando um dos agentes da imprensa perguntou se ele havia constatado irregularidades do local, respondeu que “aparentemente, não”. Bem, vocês já devem estar imaginando, duas horas depois daquela “declaração” os âncoras da maioria dos jornais televisivos, apresentavam a seguinte chamada: “Perito do Instituto de Criminalística inocenta Empresa do desastre”. Isso gerou muitas dificuldades ao meu amigo, inclusive corregedoria.

3 – Pular etapas.


As consequências podem ser muito graves!

Por mais simples ou trivial que um exame pareça, é importante tratá-lo com o mesmo rigor com que se trataria caso fosse complexo e importante. Não se deve, sob nenhuma hipótese, pular etapas. É imprescindível que se utilizem todos os protocolos, todos métodos e todas técnicas da criminalística pertinentes. Quando o perito, por qualquer razão, deixa de atuar dessa forma, dá margem para falhas e pode, com isso, comprometer todo o processo criminal.

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