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Concussão cerebral: O que acontece imediatamente após um ferimento na cabeça?

Foto do escritor: Rita HernandesRita Hernandes

Atualizado: 31 de jul. de 2019


O termo Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) refere-se ao dano, ou destruição, do tecido cerebral devido a um golpe na cabeça, que pode ser resultante de um assalto, acidente de carro, ferimento a bala, uma queda ou algo parecido. Existem basicamente dois tipos de TCE: os fechados e os abertos.


No traumatismo craniano fechado, o dano ocorre porque a cabeça de uma pessoa que recebe um golpe chicoteia para a frente e para trás, ou de um lado para outro (como num acidente de carro), fazendo com que o cérebro colida em alta velocidade com o crânio em que está alojado. Este choque contagia o tecido cerebral e rasga os vasos sanguíneos, particularmente onde a superfície interna do crânio é áspera e irregular. O dano pode ocorrer exatamente no ponto de impacto e, e às vezes, no lado oposto a ele. Assim, áreas específicas do cérebro - na maioria das vezes os lobos frontal e temporal - são danificadas. Este dano muitas vezes só pode ser detectado através de exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada. A extensão dos danos está diretamente relacionada com a força do golpe recebido.


A lesão craniana aberta, o segundo tipo de TCE, ocorre quando o crânio é penetrado, por exemplo, por um projétil. Danos após traumatismos cranianos abertos tendem a ser localizados, não difusos, e as implicações para o comprometimento subsequente tendem, também, a ser focais e limitados. Porém, essas lesões podem ser tão graves quanto àquelas relacionadas ao traumatismo craniano fechado, dependendo do caminho destrutivo da bala, ou outro objeto invasivo, dentro do cérebro.


No caso de ferimentos em crianças, busque orientação médica, mesmo que o atendimento de emergência não seja necessário. Se a criança não tem sinais de uma lesão grave na cabeça e permanece alerta, move-se normalmente e responde a você, a lesão provavelmente não é grave, e você pode procurar pelo pediatra em horário normal de atendimento. Porém, se sinais preocupantes se desenvolverem mais tarde, procure atendimento médico com urgência.


É necessário buscar atendimento de emergência para pessoas, adultos ou crianças, que sofreram um trauma craniano e apresentam sinais como:

  • Vômitos repetidos e/ou em jato;

  • Perda de consciência por mais de 30 segundos;

  • Dor de cabeça que piora ao longo do tempo;

  • Mudanças na coordenação física, tais como tropeçar;

  • Confusão ou desorientação, como dificuldade para reconhecer pessoas ou lugares;

  • Fala arrastada ou outras alterações na fala.

Outros sintomas incluem:

  • Convulsão;

  • Pupilas dilatadas ou de tamanhos desiguais;

  • Tonturas duradoura ou recorrente;

  • Dificuldade óbvia de concentração ou coordenação motora;

  • Sintomas que pioram ao longo do tempo.

À medida que um indivíduo recupera a consciência (aqueles com lesões mais graves podem nunca fazê-lo), uma variedade de sintomas baseados na neurologia podem ocorrer, tais como: irritabilidade, agressividade e amnésia pós-traumática (APT), quando o indivíduo tem a sensação de confusão e desorientação - Onde estou? O que aconteceu? - e incapacidade de lembrar eventos recentes.


Mas afinal, o que se entende por "gravidade da lesão"? Tipicamente, "gravidade da lesão" refere-se ao grau de dano no tecido cerebral. Embora o grau desses danos não possa ser medido diretamente, ele é estimado medindo-se a duração da perda de consciência e a profundidade do coma (e, às vezes, pelo tempo de APT).


A escala mais comumente usada para medir a profundidade do coma é a Escala de Coma de Glasgow (ECG). O ECG é usado para avaliar três aspectos do funcionamento do cérebro: abertura dos olhos, resposta motora e resposta verbal. Indivíduos em coma profundo pontuam muito baixo em todos esses aspectos de funcionamento, enquanto aqueles menos gravemente feridos ou se recuperando de coma apresentam maior pontuação.


A Escala de Coma de Glasgow, foi criada por Jenett, B. e Teasdale, G. publicado em 1981 pela FA Davis, Filadélfia, no livro Management of Head Injuries. Ela avalia o nível de consciência, permitindo que haja uma certa uniformidade na avaliação do paciente.


Um escore ECG de 3 indica o nível mais profundo de coma, descrevendo uma pessoa totalmente indiferente. Uma pontuação de 9 ou mais indica que a pessoa não está mais em coma, mas não está totalmente alerta. A pontuação mais alta (15) refere-se a uma pessoa totalmente consciente.


A gravidade da lesão é tipicamente categorizada em três níveis: leve (ou menor), moderada e grave. Uma regra prática comumente usada é que uma lesão leve se refere a uma perda de consciência de menos de 20 minutos e uma ECG inicial de 13-15. Normalmente, um ECG inicial de 9-12 define uma lesão moderada e de 3-8 uma lesão grave.


Com tratamento adequado, e com o passar do tempo, esses sintomas, normalmente, desaparecem e o cérebro e outros sistemas do corpo voltam a se aproximar da estabilidade fisiológica. Mas, ao contrário de tecidos, ossos ou músculos, os neurônios no cérebro nunca mais se recuperam. Certas áreas do cérebro permanecem danificadas e as funções controladas por essas áreas podem trazer dificuldades e desafios à vida do indivíduo.


O tempo de recuperação é variável, podendo ir de uma semana a vários meses. Por isso é importante descansar e evitar atividades que coloquem em risco o paciente até que os sintomas de concussão tenham desaparecido por completo.


Mas, o mais importante de tudo é a prevenção. Vejam alguns conselhos que podem ajudar (e muito!) a evitar esse tipo de lesão:

  • Supervisionar as crianças o tempo todo, e não deixá-las praticar esportes sem equipamento adequado, ou que não sejam adequados para a idade,

  • Não mergulhar em águas muito rasas e seguir todas as regras em parques aquáticos e piscinas;

  • Comprar e usar equipamentos de proteção para praticar esportes;

  • Seguir as normas de segurança de quadras esportivas, playground e academias de ginástica;

  • Usar cinto de segurança sempre que estiver em um veículo;

  • Obedecer a todos os sinais de trânsito enquanto estiver dirigindo, ou mesmo andando de bicicleta, patinete ou skate;

  • Nunca dirigir sob a influência de drogas ou álcool, ou acompanhar alguém que esteja dirigindo nessas condições;

  • Manter armas de fogo descarregadas, em um armário trancado ou seguro, separada da munição;

  • Remover fios elétricos soltos, brinquedos e outras ameaças de quedas, principalmente se há crianças ou idosos na casa.

  • Atenção ao utilizar portões de segurança e escadas rolantes;

  • Instalar grades ou redes protetoras nas janelas.


Referências:

BrainLine - All about brain injury and PTSD https://www.brainline.org/article/what-happens-immediately-after-injury - Escola de Medicina, do Hospital Monte Sinai (New York - EUA). icahn.mssm.edu

American Association of Neurological Surgeons - Centers for Disease Control and Prevention

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O parágrafo único do artigo 4º do Código de Processo Penal (CPP) diz:

“Parágrafo único. A competência definida neste artigo não exclui a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.”

A expressão “autoridades administrativas” refere-se a aquelas autoridades que, embora não sejam integrantes do Poder Judiciário ou do Ministério Público, possuem atribuições legais para realizar investigações ou procedimentos preliminares que possam subsidiar o inquérito policial ou a ação penal. Alguns exemplos de autoridades administrativas no Brasil incluem:

    1.    Agências Reguladoras:
   •    Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL): Pode realizar investigações sobre infrações administrativas e técnicas relacionadas às telecomunicações.
   •    Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Pode investigar infrações relacionadas à saúde pública e ao controle sanitário de produtos e serviços.
   2.    Órgãos de Fiscalização e Controle:
   •    Receita Federal: Tem competência para realizar investigações sobre crimes tributários e aduaneiros.
   •    Controladoria-Geral da União (CGU): Pode investigar irregularidades e atos de corrupção no âmbito da administração pública federal.
   3.    Polícias Administrativas Especiais:
   •    Polícia Federal: Além de suas atribuições de polícia judiciária, realiza investigações de crimes federais e questões de segurança nacional.
   •    Polícia Rodoviária Federal: Pode investigar crimes relacionados ao trânsito e à segurança nas rodovias federais.
   4.    Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI):
   •    Instituídas no âmbito do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas ou Câmaras Municipais, têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo convocar testemunhas, requisitar documentos e realizar diligências.

Essas autoridades administrativas, ao realizarem investigações, produzem provas e informações que podem ser utilizadas para subsidiar os procedimentos penais conduzidos pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária.

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