Muito comum na culinária asiática, o consumo de cogumelos no País teve um grande aumento com o boom de restaurantes japoneses, na década passada. Apesar disso, de acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC), o consumo interno ainda é pequeno se comparado ao de países europeus e asiáticos. Enquanto no Brasil são consumidos cerca de 160 gramas anuais por pessoa, na Europa são 2 quilos e na Ásia 6.
Em alguns países, como na Rússia, o consumo de cogumelo é tão difundido que até mesmo a colheita de cogumelos selvagens é bastante comum. Se você pretende se inspirar nos estrangeiros e coletar cogumelos por conta própria, fique atento a alguns cuidados.
Para evitar qualquer risco de contaminação e do consumo de espécies venenosas, o ideal é comprá-los em redes especializadas, supermercados ou com fornecedores confiáveis.
Nesses locais, os tipos de cogumelo mais comuns são:
Champignon: primeira espécie de cogumelo a fazer sucesso no país, é o mais fácil de ser encontrado. Possui cor clara e sabor suave. Muito utilizado em conservas. Sua versão in natura é chamada de cogumelo-de-Paris.
Portobello: um pouco mais escuro que os apresentados acima, o Portobello tem textura mais dura, chegando a ser fibrosa, parecida com uma carne. Seu sabor é suave.
Shitake: segundo cogumelo mais consumido no um mundo, ganhou destaque no Brasil com o sucesso da culinária oriental. É utilizado até mesmo em hambúrgueres
Shimeji: saboroso e muito macio, combina com pratos diversos. Existem dois tipos de desse cogumelo: o branco e o escuro.
Na hora de comprar cogumelos, fique atento a sinais que podem demonstrar que o produto não está apto ao consumo. Confira cinco passos para comprar e preparar bons cogumelos.
Prefira os mais macios e firmes.
Não compre cogumelos pegajosos e, no caso do de Paris, evite os muito sujos.
Devem ser conservados na geladeira. Podem ser armazenados por até 7 dias.
Cogumelos são como uma esponja, por isso, limpe-os com um pano úmido, nunca em água corrente.
Se comprar cogumelos secos, antes do consumo, coloque-os de molho em uma tigela com água morna por meia hora ou até ficarem macios.
E como identificar cogumelos venenosos?
Micetismo é o nome que se dá à intoxicação por fungos, dentre eles, os cogumelos.
Pode não ser tão frequente, mas casos de micetismo já foram identificados no Brasil. De acordo com Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS), no período de 2005 a 2017, foram registrados 89 casos de intoxicação envolvendo fungos, desses 40 foram ocasionados pelo consumo de cogumelos.
Identificar cogumelos venenosos, entretanto, não é uma tarefa fácil. Existem muitas espécies – estima-se que cerca de 1,5 milhão – e nenhuma característica específica denuncia a presença de veneno ou substância alucinógena. Além disso, são pouquíssimas espécies que já foram classificadas pela literatura científica, não chegando a 5% do total.
Para não fazer parte das estatísticas, confira alguns cuidados para não consumir cogumelos venenosos:
Evite o consumo de espécies silvestres.
Se esse é um alimento de seu interesse, pesquise e estude as espécies antes do consumo.
Não colha cogumelos em áreas contaminadas.
Sempre cozinhe os cogumelos antes do consumo.
A maior parte dos cogumelos avermelhados é venenosa, evite o consumo destes.
Não confie em mitos ou sabedorias populares: muitas vezes essas convicções não têm nenhum embasamento científico e podem estar equivocadas.
Existem diversos tipos de cogumelos venenosos. Separamos aqui os cinco mais comuns.
AMANITA MUSCARIA
Onde é encontrado: América do Norte e Noroeste Pacífico.
Ação: Conhecido como “mata-moscas”, possui em sua composição três alucinógenos poderosos. Seu consumo pode causar vertigem, sono, náusea e até mesmo alucinações. Alguns casos fatais já foram relatados.
AMANITA ABRUPTA
Onde é encontrado: Estados Unidos e Ásia Oriental
Ação: Extremamente tóxico para o fígado. Experimentos de laboratório demonstraram que ratos que ingeriram extratos do cogumelo desenvolveram sintomas semelhantes aos de uma infecção por cólera.
GALERINA MARGINATA
Onde é encontrado: Pelo mundo todo, mas é mais comum na Austrália e Nova Zelândia.
Ação: Cresce próximo à madeira morta. Apresenta em sua composição, substâncias tóxicas que podem facilmente danificar o fígado
GYROMITRA ESCULENTA
Onde é encontrado: Europa e América do Norte.
Ação: Também chamado de cogumelo cérebro, fungo turbante, orelhas de elefante ou cogumelo bife, essa espécie apresenta giromitrina e ataca o fígado, o sistema nervoso e os rins. Tem potencial fatal.
AMANITA PHALLOIDES
Onde é encontrado: Europa, África do Norte, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.
Ação: Um dos cogumelos venenosos mais famosos do mundo. Acredita-se que tenha sido responsável pela morte do imperador romano Cláudio. Chamado de “cicuta verde”, seu grau de toxicidade é altíssimo. Apresenta em sua constituição toxinas responsáveis por graves lesões no organismo que podem levar a falência hepática e, em alguns casos, à morte.
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